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Cesaria |
1.
Em quais casos a cesárea é indicada obrigatoriamente?
Basicamente, quando há risco de vida para a mãe ou para o bebê. E, claro, nas contraindicações do parto normal, como desproporção entre o tamanho da cabeça do bebê e o da bacia da mãe, além de certas doenças maternas, como a hipertensão arterial, que podem levar a uma menor oxigenação da criança durante o trabalho de parto.
2.
Como é feita a cesárea? É verdade que o médico abre oito camadas de tecido da barriga?
É isso mesmo: na técnica mais usada, o cirurgião corta a pele, a gordura subcutânea, a aponeurose (invólucro ao redor da musculatura abdominal), o músculo, o peritôneo parietal (membrana que forra a parede abdominal), o peritôneo visceral (que reveste as vísceras), a parede uterina e a bolsa das águas para chegar ao bebê. Tanto a incisão da pele quanto a do útero são feitas de forma transversal. Após romper a bolsa, o médico retira o bebê e verifica sua oxigenação. Em seguida, ele corta o cordão umbilical e o pequeno é levado ao neonatologista. Depois, retira manualmente a placenta e limpa e toda a cavidade uterina dos tecidos que se formaram na gravidez. Só depois disso tudo, ele começa a fechar as camadas, terminando com a sutura da pele.
3.
Quanto tempo dura a cirurgia?
Isso varia de médico para médico e de caso a caso. Numa cesárea sem intercorrências, a duração costuma ficar entre 40 minutos e uma hora.
4.
Como é o pós-parto de uma cesárea?
Normalmente, a paciente já começa a se alimentar e a andar depois de oito a 12 horas. Mas vale dizer: a maioria das mulheres que passa pela cirurgia sente dor nos primeiros dias.
5.
Quais as possíveis complicações de uma cesárea? Como preveni- las?
Basicamente são as mesmas do parto normal, somados alguns outros riscos por se tratar de um procedimento cirúrgico. Entre eles, lesões de órgãos como a bexiga e os ureteres e até mesmo a laceração da incisão uterina. Tudo isso, claro, é evitado quando a operação é realizada por um bom médico e com o uso profilático de antibióticos, que entram em cena para barrar eventuais infecções.
O pós-parto da cesárea
1.
Por que a barriga parece ficar mais flácida após a cesárea e demora mais para voltar ao normal?
Isso não é verdade. A barriga pode ficar flácida em ambos os tipos de parto, ou não. Isso depende muito mais de como a mãe se preparou durante a gravidez para fortalecer a musculatura abdominal.
2.
Aliás, em quanto tempo a barriga volta ao normal?
Em geral, em seis meses a mulher volta a ter a barriga de antes, tanto após a cesárea quanto no parto normal. Mas isso também depende do estímulo precoce do abdômen.
3.
É possível fazer exercícios para a barriga logo no início?
Não só é perfeitamente possível, como recomendado. É mito pensar que as mulheres que passaram por uma cesárea não podem forçar a barriga porque estão doloridas ou usando cinta. Esse conceito está mudando muito hoje em dia. Os médicos tendem a aconselhar exercícios abdominais precocemente. Mas voltar à academia somente, bem, aí só após um mês.
4.
Em quanto tempo pode-se dirigir?
Não importa se o parto foi normal ou cesárea: recomenda-se pegar no volante só após dez dias. A restrição, na verdade, está muito mais ligada às perdas de sangue, que podem deixar a mulher fraca, com tonturas.
5.
E fazer atividade física?
Exercícios abdominais superiores, perineais ou para a musculatura das pernas e dos braços podem começar já no pós-operatório imediato. Mas voltar à academia somente após um mês – seja qual for o tipo de parto.
6.
E ter relações sexuais?
Poucos casais seguem a recomendação à risca, mas o ideal seria esperar 40 dias, quando tudo já estiver cicatrizado. As primeiras relações devem ser mais cuidadosas, pois a vagina tende a ficar menos lubrificada.
7.
Quando posso me levantar?
A mulher que acaba de dar à luz deve andar o quanto antes. Isso melhora o funcionamento do intestino e da bexiga e evita complicações tromboembólicas – quando o sangue coagula dentro das veias, principalmente nas pernas.
8.
Quando o intestino volta a funcionar?
Não se assuste se ele demorar um pouco para voltar ao normal. Principalmente nos casos de cesárea, sempre fica uma pequena quantidade de sangue dentro do abdômen que dificulta o movimento do intestino. Por isso, nos três primeiros dias recomenda-se uma dieta rica em fibras.
9.
E quando a bexiga volta ao normal?
Fica difícil urinar após a anestesia. Por isso, instala-se uma sonda durante a cesariana, que é retirada após 12 horas. Mesmo assim, ainda pode demorar um pouco para a mulher fazer xixi, e as primeiras vezes costumam ser doloridas.
10.
Quando o útero volta ao seu tamanho?
Geralmente, em seis semanas ele está como antes da gravidez. Nas primeiras 24 horas após o parto, graças às vigorosas contrações, ele já está na altura do umbigo.
11.
Por que há um sangramento que parece menstruação depois do parto?
Você vai ter a sensação de que está menstruada para sempre, mas é mesmo assim – pelo menos nas primeiras duas ou três semanas, o útero sangra. Na verdade, é a área onde a placenta estava colada que despeja o sangue e pedaços de tecido, até se cicatrizar. São os chamados lóquios. No começo, eles são bem vermelhos, depois se tornam mais claros e, por fim, amarelados. Desaparecem lá pela sexta semana. Não há nada de errado nesse tempo longo. Só não podem ter cheiro forte ou ruim.
12.
Por que dizem que amamentar dói mais em quem fez cesárea?
A amamentação é uma poderosa ajuda para o útero voltar ao tamanho normal e evitar hemorragias. Isso porque, ao dar de mamar você libera hormônios que estimulam as contrações do órgão – e, especialmente quando se passou por uma cirurgia, isso pode ser um pouco dolorido no início. A sensação é a mesma das cólicas menstruais.
13.
Quando vou voltar ao meu peso normal?
Isso depende do quanto você engordou na gravidez. Estima-se que a mulher perca uns 5,5 kg logo após o parto, que seria a soma do peso do bebê, mais a placenta e o líquido amniótico, além da involução do útero. Outros 4,5 kg serão eliminados nas seis semanas seguintes. O restante é o excedente que você deverá perder, com ginástica, dieta adequada e muita, muita disciplina mesmo.
Fonte:
Blog da Alê