O papel da mulher na sociedade mudou. E com ele, a maternidade também.Hoje, elas optam pela carreira por primeiro. Enquanto caminham para a estabilidade profissional, às vezes, se casam. E só depois de curtir a vida a dois por algum tempo é que planejam um bebê.
O problema dessa nova onda é que as funções do corpo envelhecem com a mulher. “A idade é hoje o fator mais importante para quem quer engravidar”, alerta o ginecologista Dirceu Mendes Pereira, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. “Isso porque ovário e óvulos perdem a qualidade, ou seja, o gameta feminino perde qualidade”, explica. Segundo ele, o útero não é o problema e até uma mulher de 50 anos pode segurar uma gravidez. Os problemas são a quantidade e qualidade do óvulo. “Quando a mulher começa menstruar, tem 400 mil óvulos. Aos 40, esse número cai para 20 mil”, calcula.
A taxa de reprodução feminina começa a cair já aos 36 anos. E é a partir dessa idade que as mulheres acabam mais expostas a fatores que podem comprometer a fertilidade, como inflamação nas trompas, aparecimento de miomas ou endometriose.
O que os médicos deixam claro é que a mulher pode sim ter uma gravidez sadia e tranqüila, mas é preciso que ela assuma os riscos da própria escolha. Após os 40, a gravidez já é considerada de risco. Depois dessa idade, a mulher está mais sujeita a pressão alta e diabetes, que podem complicar a gestação - e os abortos são mais incidentes também depois dessa idade. Além disso, há chances do bebê nascer com alguma alteração cromossômica.
Mas as mulheres não devem evitar a gravidez por medo. Nem sempre idade significa complicação. A gaúcha Vanderlea Mocelin, por exemplo, engravidou da pequena Pietra aos 45 anos. Ela não planejou a menina e recém havia tirado o DIU, a pedido da médica, quando ficou sabendo que já estava com 9 semanas e meia de gravidez. “Foi um susto”, conta. Vanderlea já era mãe de outros dois ‘meninos’, de 29 e 27 anos. “No começo fiquei bem preocupada, porque a idade me amedrontava. A chance de ela nascer com alguma anomalia era muito grande”. Mas ela fez tudo certinho, todos os exames necessários e um “ótimo” pré-natal. Além de curtir muito a barrigona, ela se alimentou bem, continuou adepta da ioga e garantiu um bebê saudável. Pietra tem sete meses e é uma fofura só.