Lembra-se de quando nasceu o seu primeiro filho? As dificuldades de posição para amamentar, o sono que parecia nunca se esgotar, as inseguranças diante do bebê?
Toda essa profusão de sensações, agora diante do nascimento do seu segundo filho, já estão mais reconhecidas. E, como toda situação de "re-conhecimento", você se sentirá mais tranquila e já saberá como lidar com seu corpo e com as suas impossibilidades temporárias, mas, sempre tem um mas.
Agora tem um par de olhinhos assustados a vigiar seus atos e "desato": o primeiro filho! Ele estará ali observando, enciumado e demandante. Quanto menor a diferença de idade entre um e outro, maior a demanda. O primeiro filho sofre diante do nascimento do outro.
Sofre a perda do lugar de destaque, teme não ser mais o objeto de amor dos pais, angustia-se com a possibilidade de ser esquecido.
A família toda se volta para aquele serzinho minúsculo que fica grudado na mãe o dia todo, que acorda na noite e é carregado, que exige silêncio e recebe elogios, presentinhos, cheirinhos e cuidados todo o tempo. É preciso lembrar que também ele, o primeiro filho, ainda é pequeno.
Lembro de um caso em particular. Ao ir visitar o irmãozinho recém-nascido na maternidade, o primeiro filho - com três anos de idade - vestiu-se como se fosse enfrentar uma guerra . Com capacete, capa de super-homem e espada na cintura, chegou ele assustado, temeroso, mas pronto para o que desse e viesse.