A maternidade tardia está se tornando uma tendência da vida moderna. As mulheres acabam colocando a carreira profissional em primeiro lugar e adiam o sonho de ser mãe, ou demoram para ter uma relação estável, que possa garantir mais segurança para ter um filho. A realidade é que o número de mulheres que são mães pela primeira vez aos 40 anos dobrou nas últimas duas décadas. Essa geração está construindo uma família diferente. Quando seus filhos tiverem 30 anos, elas terão 70. A se considerar que a expectativa de vida da população feminina brasileira continue por volta dos 72 anos, e que suas filhas sigam seu padrão de comportamento, jamais serão bisavós. Para o ginecologista e obstetra Dorival Vitorello, a gravidez aos 40 deve ser uma exceção, não uma regra. “A medicina mudou, mas os aspectos biológicos continuam os mesmos. À medida que a idade avança, a taxa de fertilidade diminui e a de abortamento aumenta”. Ele explica ainda que a melhor idade para engravidar é ente 18 e 30 anos. Até os 35, os riscos aumentam e acima dos 38, são maiores. “Deixar para engravidar aos 40 não é recomendável”, destaca. Mas, caso isso aconteça, o acompanhamento médico mais aprofundado é indispensável.

“Ser mãe aos 40 significa lutar contra a natureza. Aos 25 anos, a mulher tem 75% de probabilidade de engravidar naturalmente em um ano de tentativas. O número cai para 8% após os 40 anos”.
“Antes dos 35 anos de idade, o risco de gerar um filho com síndrome de Down é de um em 600 nascimentos. Por volta dos 40 anos, a incidência é de um para 100”.