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Gravidez Tardia |
Gravidez tardia
Atualmente, muitas mulheres engravidam mais tarde. Elas estudam mais, fazem faculdade, procuram crescimento em sua profissão e acabam casando por volta dos trinta anos. Seu primeiro filho nasce na idade em que suas antepassadas estavam tendo o último filho. Por isso, o conceito de primigesta idosa provavelmente terá de ser mudado num futuro bem próximo.
Uma situação que ocorre com freqüência no ambulatório é a de miomas uterinos, ou seja, pacientes querem engravidar exatamente na fase em que se exacerba a incidência de miomas.
Na verdade, hoje convivemos com duas realidades opostas. Uma é a das mulheres que estudam e vão deixando para mais tarde a gravidez, e outra é a epidemia de gestações precoces em meninas adolescentes. Além desses dois lados dos problemas ligados à gravidez – a precoce e a tardia – é importante lembrar o segundo casamento. Por exemplo: a mulher casou pela primeira vez e fez laqueadura porque já tinha tido os filhos que o casal desejava. No entanto, veio a separação e ela se casou novamente e quer ter mais um filho. No passado, a solução era recanalizar as tubas uterinas, uma técnica cirúrgica à qual ainda se recorre atualmente. Entretanto, hoje, o problema da infertilidade pode ser resolvido por outros meios, como a inseminação, a ICSI, embora sejam bastante dispendiosos do ponto de vista econômico.
A mulher pode adiar a gestação num tempo médio até os 40 anos de idade, embora já se saiba que a fertilidade diminui significativamente a partir dos 35 anos. Em torno dos 40 anos, grande parte das gravidezes já não ocorre espontaneamente. É preciso induzir a ovulação ou recorrer a outras técnicas que favoreçam a fertilidade. Todavia, há casos intrigantes. A literatura registra o caso de uma mulher italiana com 60 anos que pôde ter um filho.
A maneira de enxergar a gravidez tardia mudou bastante. Antigamente, a idade ideal para a primeira gestação ficava entre os 16 e 25 anos. Atualmente, se considera dos 18 aos 35 anos como um período bastante razoável para a primeira gestação. Por isso, o conceito de primigesta idosa deve ser modificado. De qualquer modo, não se pode esquecer de que as condições genéticas da mulher vão se alterando com a idade e que os riscos de malformações vão acentuando cada vez mais. Portanto, é necessário que tudo que envolve uma gestação tardia seja conversado, esclarecido com as mulheres que pretendem ter um filho, de forma clara e verdadeira e sem exageros.
Quando uma mulher procura o consultório médico dizendo que gostaria de ter seu primeiro filho, deve-se primeiramente realizar uma propedêutica básica, que envolve, exame físico cuidadoso e um levantamento das condições pregressas de saúde. Normalmente, são pedidos exames complementares como a ultra-sonografia, e dependendo do caso, a mamografia.
Vantagens e Desvantagens da gestação tardia
Conforme já mencionado acima, a conquista do espaço no ambiente profissional vem sendo um dos principais motivos da postergação da maternidade. Com isso, já se pode verificar que o índice das mulheres que optam por serem mães após os 35 anos de idade vem crescendo consideravelmente, e com isso, surgem algumas questões, algumas dúvidas.
Estudos médicos indicam que as mulheres que engravidam com mais de 35 anos, apresentam maior probabilidade de ter complicações que podem afetar tanto elas quanto os bebês, porém a gravidez tardia pode trazer também alguns benefícios à saúde.
Para a mãe:
Vantagens da gravidez tardia:
- melhora nos níveis de colesterol
- aumento da densidade óssea
Desvantagens da gravidez tardia:
- aumento do risco de enfarte
- aumento do risco de hipertensão
- aumento de diabetes
Para o bebê:
O risco do bebê nascer com alguma anomalia, aumenta de forma proporcional à idade da mãe. Porém, não significa que todas as mães que optam pela gravidez após os 30 anos de idade terão seus bebês com problemas.
Os avanços tecnológicos juntamente com os da medicina e da ciência, possibilitam a detecção de qualquer tipo de anomalia durante a gestação, de forma que vale destacar a importância do pré-natal durante toda gestação.
Segundo a Associação de Síndrome de Down nos Estados Unidos, por exemplo, diz que as chances de um bebê nascer portador da deficiência de acordo com a idade são:
25 anos – 1 em 1.400
35 anos – 1 em 380
40 anos – 1 em 110
45 anos – 1 em 30
Outros dados importantes:
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), o número de mulheres com 40 anos ou mais que vem fazendo reprodução assistida no Brasil, dobrou nos últimos 10 anos, passando de 7% em 1990, para 14% em 2002. Este tipo de reprodução é caracterizada pela utilização de método artificial, seja inseminação ou FIV/ICSI.
Já a RedLatinoamericana de Reprodução Assistida, mostra em seu relato que a proporção de transferências de embriões realizadas em mulheres acima de 35 anos representa mais de 50% desde 2002. Uma tendência que se vem mantendo e aumentando, chegando a representar 54% das transferências embrionárias realizadas em 2006.
Enfim, o principal problema da gravidez tardia é que as mulheres não produzem óvulos como os homens produzem espermatozóides. Elas já nascem com a quantidade definida de óvulos que vão usar por toda vida.
Além daqueles já mencionados acima, como hipertensão, placenta fora do lugar adequado, dificuldade de controle de peso e diabetes.
Portanto, para o bom andamento da gravidez de uma mãe com mais de 35 anos, basta fazer um pré-natal de forma mais detalhada (com exames específicos para verificar os cromossomos, por exemplo) e um acompanhamento médico mais freqüente. Exercícios e uma dieta adequada também são fundamentais.